Atualmente, vê-se na população em geral, um aumento exponencial no consumo de alimentos processados e ultraprocessados e diminuição do consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Isto significa que alimentos como refrigerantes, biscoitos e fast-foods, com grandes quantidades de conservantes e outros compostos artificiais estão tendo seu consumo aumentado em detrimento do consumo de alimentos naturais, como frutas, legumes, verduras e cereais integrais.
Este estilo de vida pode estar associado ao desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão, alguns tipos de cânceres e síndrome metabólica. Em contrapartida, uma alimentação composta predominantemente por alimentos in natura e minimamente processados que podem ser encontrados em feiras livres, como frutas, legumes, verduras, leguminosas e fibras está atrelada a uma redução do risco destas doenças e um aumento da longevidade. Além disso, os padrões dietéticos que favorecem os alimentos ricos em fibras provavelmente também serão menores em ácidos graxos saturados e trans, sódio, e açúcares adicionados.
Fibras são carboidratos que não podem ser digeridos pelas enzimas produzidas pelo organismo, assim, elas acabam sendo fermentadas pelas bactérias do trato gastrointestinal e produzindo compostos benéficos para a saúde humana em geral, como ácidos graxos de cadeia curta, que desempenham diversas funções no organismo. Ademais, uma microbiota intestinal saudável é fundamental para fortalecer o sistema imunológico e evitar diversos tipos de infecções.
As recomendações para o consumo de fibras alimentares, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, são de 25 a 35 gramas por dia, mas grande parte da população consome muito menos que isso e ingere grande quantidade de carboidratos refinados (com baixo teor de fibras) e gorduras. Assim, o baixo consumo de fibras está associado a uma má saúde intestinal e doenças crônicas. Além disso, não é estabelecido um limite máximo para consumo de fibras, uma vez que, em diversos estudos, nenhum efeito colateral foi relatado com o consumo em indivíduos saudáveis.
Os vegetais formam um grande grupo de alimentos, ricos em vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos, que possuem ação anti-inflamatória e antioxidante. Além de oferecerem diversos benefícios à saúde, ainda podem ajudar na perda de peso e na regulação do metabolismo por conta de sua capacidade de aumentar a saciedade e afetar positivamente a microbiota intestinal.
Ademais, frutas são importantes fontes de fibras, vitaminas e compostos antioxidantes, além de possuírem alta palatabilidade e, na maioria das vezes, baixa densidade calórica. Assim, sua inclusão na alimentação pode colaborar para a manutenção da adesão à dieta e para a regulação do metabolismo.
O consumo de suplementos de fibras alimentares pode ajudar a aumentar a ingestão de fibras, porém, deve-se ter em mente que o consumo dos alimentos em sua forma natural traz consigo diversos fitoquímicos e compostos bioativos essenciais para a saúde que os suplementos não trazem.
Sendo assim, é importante dar maior atenção a estes alimentos encontrados nas feiras livres a fim de evitar problemas de saúde futuros. Assim, deve-se ter uma alimentação variada, “colorir o prato” e desfrutar dos diversos benefícios que estes alimentos podem oferecer. O consumo deles pode, no longo prazo, evitar desfechos negativos como os que são observados atualmente, como epidemias de obesidade e síndrome metabólica e benefícios que vão muito além da estética.
Referências
COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 5 ed. rev. e atual. Barueri-SP, Manole, 2016.
DAHL, Wendy J.; STEWART, Maria L. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: health implications of dietary fiber. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, v. 115, n. 11, p. 1861-1870, 2015.
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